terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Agenda para as primeiras atividades da Casa de São Lázaro para 2010

Iemanjá

No último dia 20 de janeiro foi realizada a festa de OXOSSI no terreiro e nesse dia o pai Alexandre deu o seguinte recado:

- dia 6 de fevereiro teremos a Festa de Yemanjá na praia a partir das 20:oo hs indo até a madrugada.. Quem puder ir mais cedo para ajudar nas arrumações, favor entrar em contato com o Babá Alexandre ou por email para saber como fazer. Foi lembrado que varias pessoas não possuem meio de locomoção para ir e que os mediuns que tem carro poderiam dividir despesas e o espaço em seus carros para trasnsportar os que não tem como ir. A festa será na casa de Iemanjá que temos na Praia Grande. Estarei passando maiores informações ainda esta semana.
Endereço da Praia Grande:
Rua Martin Afonso de Souza, 833 - Campo Aviação
Praia Grande - SP, 11702-790
http://maps.google.com.br/maps?daddr=R.+Martin+Afonso+de+Souza,+833+-+Campo+Avia%C3%A7%C3%A3o,+Praia+Grande+-+SP,+11702-790&geocode=&dirflg=&saddr=Av.+Cupec%C3%AA+1090,+Cidade+Ademar,+S%C3%A3o+Paulo,+04366-000&f=d&sll=-24.018477,-46.44977&sspn=0.011799,0.022659&ie=UTF8&ll=-23.659698,-46.664557&spn=0.021659,0.032916&z=15

- dia 8 de fevereiro teremos uma gira grande(isso significa presença obrigatória) às 20:oo hs no terreiro.

- Os trabalhos na casa começarão a partir do dia 26 de fevereiro que é a última sexta feira do mes. No dia 8 serão dadas outras imformçães a respeito, portanto, façam o esforço de comparecer.


Que Oxalá abençoe a todos. Mãe Cristina
Imagem copiada do flickr:
www.flickr.com/photos/lidialuz/3095314609/

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

20 de Janeiro dia de Oxossi

O Deus Oxóssi, traz nas mãos o Arco e a Flecha, o Ofá, símbolo máximo do caçador que luta para manter a subsistência da tribo.

OxossiDivindade da caça que vive nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado Ofá, e um rabo de boi chamado Eruexim. Em algumas lendas aparece como irmão de Ogum e de Exú.
Oxossi é o rei de Keto, filho de Oxalá e Yemanjá, ou, nos mitos, filho de Apaoka (jaqueira). É o Orixá da caça; foi um caçador de elefantes, animal associado à realeza e aos antepassados. Diz um mito que Oxossi encontrou Iansã na floresta, sob a forma de um grande elefante, que se transformou em mulher. Casa com ela, tem muitos filhos que são abandonados e criados por Oxum.
Oxossi vive na floresta, onde moram os espíritos e está relacionado com as árvores e os antepassados. As abelhas pertencem-lhe e representam os espíritos dos antepassados femininos. Relaciona-se com os animais, cujos gritos imita a perfeição, e caçador valente e ágil, generoso, propicia a caça e protege contra o ataque das feras. Um solitário solteirão, depois que foi abandonado por Iansã e também porque na qualidade de caçador, tem que se afastar das mulheres, pois são nefastas à caça.
Está estreitamente ligado a Ogum, de quem recebeu suas armas de caçador. Ossãe apaixonou-se pela beleza de Oxossi e prendeu-o na floresta. Ogum consegue penetrar na floresta, com suas armas de ferreiro e libertá-lo. Ele esta associado, ao frio, à noite, à lua; suas plantas são refrescantes.
Em algumas caracterizações, veste-se de azul-turquesa ou de azul e vermelho. Leva um elegante chapéu de abas largas enfeitados de penas de avestruz nas cores azul e branco. Leva dois chifres de touro na cintura, um arco, uma flecha de metal dourado. Sua dança sumula o gesto de atirar flechas para a direita e para a esquerda, o ritmo é "corrido" na qual ele imita o cavaleiro que persegue a caça, deslizando devagar, às vezes pula e gira sobre si mesmo. É uma das danças mais bonitas do Candomblé.

Orixá das matas, seu habitat é a mata fechada, rei da floresta e da caça, sendo caçador domina a fauna e a flora, gera progresso e riqueza ao homem, e a manutenção do sustento, garante a alimentação em abundância, o Orixá Oxossi está associado ao Orixá Ossaê, que é a divindade das folhas medicinais e ervas usadas nos rituais de Umbanda.
Irmão de Ogum, habitualmente associa-se à figura de um caçador, passando a seus filhos algumas das principais características necessárias a essa atividade ao ar livre: concentração, atenção, determinação para atingir os objetivos e uma boa dose de paciência.
Segundo as lendas, participou também de algumas lutas, mas não da mesma maneira marcante que Ogum.
No dia-a-dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos.
Segundo Pierre Verger, o culto a Oxossi é bastante difundido no Brasil mas praticamente esquecido na África. A hipótese do pesquisador francês é que Oxossi foi cultuado basicamente no Keto, onde chegou a receber o título de rei. Essa nação, porém foi praticamente destruída no século XIX pelas tropas do então rei do Daomé. Os filhos consagrados a Oxossi foram vendidos como escravos no Brasil, Antilhas e Cuba. Já no Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos.
O mito do caçador explica sua rápida aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte do País.
Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos tradicionalistas africanos, alguns filhos de Oxossi o identifiquem não com um negro, como manda a tradição, mas com um Índio.
Oxossi é o que basta a si mesmo. A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum, com quem teria mantido um relacionamento instável, bem identificado no plano sexual, coisa importante tanto para a mãe da água doce como para o caçador, mas difícil no cotidiano, já que enquanto ela representa o luxo e a ostentação, ele é a austeridade e o despojamento.

Características
Cor Verde (No Candomblé: Azul Celeste Claro)

Fio de Contas
Verde Leitosas (Azul Turquesa, Azul Claro)

Ervas
Alecrim, Guiné, Vence Demanda, Abre Caminho, Peregum (verde), Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Jureminha, Mangueira, Desata Nó. (Erva de Oxossi, Erva da Jurema, Alfavaca, Caiçara, Eucalipto)

Símbolo
Ofá (arco e flecha).

Pontos da Natureza
Matas

Flores
Flores do campo

Essências
Alecrim

Pedras
Esmeralda, Amazonita. (Turquesa, Quartzo Verde, Calcita Verde)

Metal
Bronze (Latão)

Saúde
Aparelho Respiratório

Planeta
Vênus

Dia da Semana
Quinta-feira

Elemento
Terra

Chakra
Esplênico

Saudação
Okê Arô (Odé Kokê Maior)

Bebida
Vinho tinto (água de coco, caldo de cana, aluá)

Animais
Tatu, Veado, Javali. (qualquer tipo de caça)

Comidas
Axoxô – milho com fatias de coco, Frutas.(Carne de caça, Taioba, Ewa - feijão fradinho torrado na panela de barro, papa de coco e frutas.)

Numero
6

Data Comemorativa
20 janeiro

Sincretismo:
S. Sebastião.

Incompatibilidades:
Mel, Cabeça de bicho (nos sacrifícios e alimentos), Ovo

Qualidades:
Êboalama, Orè, Inlé ou Erinlè, Fayemi, Ondun, Asunara, Apala, Agbandada, Owala, Kusi, Ibuanun, Olumeye, Akanbi, Alapade, Mutalambo


Atribuições

Oxossi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.

As Características Dos Filhos De Oxossi

O filho de Oxossi apresenta arquetipicamente as características atribuídas do Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.
Os filhos de Oxossi são geralmente pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir.
Fisicamente, os filhos de Oxossi, tendem a ser relativamente magros, um pou co nervosos, mas controlados. São reservados, tendo forte ligação com o mundo material, sem que esta tendência denote obrigatoriamente ambição e instáveis em seus amores.
No tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, afim de caçar. Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Oxossi trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu Orixá. Quando em perseguição a um objetivo, mantêm-se de olhos bem abertos e ouvidos atentos.
Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Oxossi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.
Os filhos de Oxossi tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxossi como Orixá de cabeça, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas individualidades que nunca se misturam. Os filhos de Oxossi, compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá.

Gostam de viver sozinhas, preferindo receber grupos limitados de amigos. É portanto, o tipo coerente com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.
São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.
O tipo psicológico, do filho de Oxossi é refinado e de notável beleza. É o Orixá dos artistas intelectuais. É dotado de um espírito curioso, observador de grande penetração. São cheios de manias, volúveis em suas reações amorosas, multo susceptíveis e tidos como "complicados". É solitário, misterioso, discreto, introvertido. Não se adapta facilmente à vida urbana e é geralmente um desbravador, um pioneiro. Possui extrema sensibilidade, qualidades artísticas, criatividade e gosto depurado. Sua estrutura psíquica é muito emotiva e romântica.

texto e imagem do site: Luz de Aruanda - luzdearuanda.spaceblog.com.br/2/

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O AMOR INCONDICIONAL

É a força regeneradora e a energia mais fundamental que move todo o universo.
O amor incondicional é aquele amor que, como a palavra expressa, não coloca nenhuma condição para se vivido. Nem condição de parentesco, de raça, de religião, de ideologia e de trabalho. Ama por amar. Entrega-se à energia universal que cria relações, gera laços, funda comunhão. Vai ao outro e repousa no outro assim como ele é. Sem intenção de retorno e de cobranças.
O amor incondicional possui características maternas, tem compaixão por quem fracassou. Recolhe o que se perdeu. E tem misericórdia por quem pecou. Nem o inimigo é deixado de fora. Tudo é inserido, abraçado e amado desinteressadamente.
Esse amor incondicional é profundamente terapêutico: fortalece quem é assim amado, pois o acompanha e envolve em sua queda, impedindo que esta seja completa e irremissível. Não há quem resista à força do amor incondicional. Por causa dele tudo é resgatável. Ele rompe sepulturas e transforma a morte em ressurreição.
O amor incondicional põe em movimento um imenso processo de libertação de: de carências, de opressões e de limitações de toda ordem. Resgata o sistema da vida em suas inter-retro-relações.
Esse amor libertador funda o dinamismo que pervade todo o universo e cada ser. No universo todos os seres existem e vivem uns pelos outros, com os outros, nos outros e para os outros. Ninguém está fora desta relação includente. Mais fundamental que o princípio de sobrevivência do mais forte (Darwin) é o da solidariedade-amor de todos para com todos (Bohr). É esse amor-solidariedade que constitui a grande comunidade cósmica, terrenal e humana. É ele que dá origem também ao princípio da reciprocidade-complementaridade. Um ajuda reciprocamente o outro a existir e a se desenvolver. Todos se complementam crescem juntos: as espécies, os ecossistemas e o inteiro universo.
O amor incondicional crê nas virtualidades latentes em cada ser. Nunca desespera na confiança de que a própria natureza revele sua energia regeneradora, de libertação de. Sabe por intuição que sempre sobra uma chama a ser alimentada, uma palavra a ser ouvida e um sinal de esperança a ser interpretado. Todos os sons, por mais destoantes, entram na imensa sinfonia universal.
Por outra parte, o entrelaçamento de todos com todos revela nossa profunda indigência e, ao mesmo tempo, nossa insuspeitável riqueza. Precisamos dos outros para ser e para nos libertar.
Paulo Freire nos deixou este legado: “Ninguém se liberta sozinho; libertamo-nos sempre juntos”. Temos uma indigência fundamental que nos faz esmoleres uns dos outros. De outro lado, somos portadores de uma riqueza inesgotável que nos faz doadores uns dos outros. Temos algo a dar e a contribuir que somente nós podemos oferecer ao crescimento do todo.
Se negarmos esta contribuição, restará um vazio que ninguém preencherá, frustrando o inteiro universo. Dom Helder Câmara, o profeta dos pobres, não cansava de repetir em suas peregrinações pelo mundo: “Ninguém é tão rico que não possa receber, como ninguém é tão pobre que não possa dar”.

Fontes: Texto de Leonardo Boff. A águia e a galinha. Uma metáfora da condição
humana. Petrópolis: Vozes, 2001. (p. 131-135)
Texto lido e digitado por María Edith Guerrero Obando.
Foto de Liliana Israele, na Casa de São Lazaro em outubro de 2009.
Este texto foi encaminhado pela nossa querida irmã do CIESL María Edith

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A tradição do Dia de Reis - 6 de Janeiro

Das figuras bíblicas mais intimamente ligadas à tradição religiosa do povo destacam-se os Reis Magos, ou melhor, os Santos Reis uma vez que a hagiologia romana considera-os bem aventurados.

O simbolismo dos Reis Magos é amplo e emprestam-lhes os exegetas as mais diversas interpretações. Estão ligados intimamente às festas do Natal e deles nasceu, praticamente, a tradição do Papai Noel, pois os presentes dados nessa ocasião reproduzem que os magos do Oriente, depois de cumprida a rota que lhes indicava a estrela de Belém, prestaram a Jesus na gruta onde ele nascera.

As referências bíblicas são vagas e o episódio quase passa despercebido dos evangelistas, mas as contribuições da tradição patriática são muitas e, como elas têm força de fé e verdade, nelas devemos buscar grande parte das coisas que se contam dos santos Belchior, Gaspar e Baltazar já referidos pelos profetas do Velho Testamento, que vaticinavam a homenagem dos Reis ao humilde filho de Davi que deveria nascer em Belém.

De onde vieram e o que buscavam, pouca gente sabe. Vinham do Oriente e Baltazar, o mago negro talvez viesse de Sabá (terra misteriosa que seria o sul da Península Arábica ou, como querem os etíopes, a Abissínia). Simbolizam também as três unicas raças bíblicas, isso é, os semitas, jafetitas e camitas. Uma homenagem, pois, de todos os homens da Terra ao Rei dos Reis.

Eram magos, isto é, astrólogos e não feiticeiros. Naquele tempo a palavra mago tinha esse sentido, confundindo-se também com os termos sábio e filósofo. Eles prescrutavam o firmamento e sentiram-se chocados com a presença de um novo astro e, cada um deles, deixando suas terras depois de consultar seus pergaminhos e papiros cheios de palavras mágicas e fórmulas secretas, teve a revelação de que havia nascido o novo Rei de Judá e, que ele, como soberano, deveria, também, prestar seu preito ao menino que seria o monarca de todos os povos, embora o seu Reino não fosse deste mundo.

O simbolismo dos presentes
Conta ainda a tradição que, ao chegar a Canaã, indagaram os Magos onde havia nascido o novo Rei de Judá. Essa pergunta preocupou Herodes, que hoje seria considerado um quisting a serviço dos romanos, e que reinava na Judéia.

Os representantes do Império preocupavam-se com o aparecimento de um novo lider do povo de Israel. A revolta dos macabeus ainda não fora esquecida e o povo oprimido esperava, ansioso, pela vinda do Messias que iria libertar o Povo de Deus e cumprir a palavra do salmista: "Disse o Senhor ao meu Senhor — senta-te à minha direita até que ponho os teus amigos como escarbelo aos teus pés".

Os magos procuram — conforme conselho de Herodes — o novo Rei para render-lhe homenagem e para informar o representante romano do lugar onde nascera o Messias a fim de, com falso preito, sequestrá-lo.

No presépio encontramos apenas os animais e os pastores e, inspirados pelo Espírito Santo, curvaram-se diante do filho do carpinteiro de Nazaré e depositaram, ao pé da mangedoura que lhe servia de berço, os presentes: ouro, incenso e mirra, isto é prendas que simbolizavam a realeza, a divindade e a imortalidade do novo Rei, e grão de areia que cresceria e derrubaria o ídolo de pés de barro (simbolo das grandes potências que se sucederam no domínio do mundo), do sonho de Nabucodonosor decifrado pelo profeta Daniel.

Símbolos da humildade
Na tradição cristã os três Reis Magos simbolizavam os poderosos que deveriam curvar-se diante dos humildes na repetição real do canto da Virgem Maria à sua prima Isabel, e "Magnificat", pois sua alma rejubilava-se no Senhor, que exaltaria os pequenos de Israel e humilharia os poderosos.

A igreja cultua os Reis Magos dentro desse simbolismo. Representam os tronos, os potentados, os senhores da Terra que se curvara diante de Cristo, reconhecendo-lhe a divina realeza. É a busca dos poderosos que vêem em Belchior, Gaspar e Baltazar o exemplo de submissão aos designios de Deus e que devem, como os magos, despojar-se de seus bens e depositá-los aos pés dos demais seres humanos, partilhando sua fortuna como dignos despenseiros de Deus.

Os presentes de Natal também têm esse sentido. São as ofertas dos adultos à criança que com a sua pureza representa Jesus. Alguns, dão a essas festas um sentido mitológico pagão, buscando nas cerimônias dos druidas, dos germânicos ou saturnais romanas a pompa das festas natalinas que culminam com a Epifania.

A Bifana
A palavra epifania, usada também como nome de mulher, deu origem a uma corruptela dialetal do sul da Itália, levada depois a Portugal e Espanha, a Bifana. A Bifana, segundo a lenda, era uma velha que, no dia de Reis, saía pelas ruas da cidades a entregar presentes aos meninos que tivessem sido bons durante o ano que findara. Estava intimamente ligada às tradições dos povos mediterrâneos e mais próxima do significado litúrgico das festas natalícias. Os presentes eram somente dados no dia 6 de janeiro e nunca antes. Tanto assim é, que nós mesmos, no Brasil, na nossa infância, recebíamos os presentes nesse dia. Depois, com a influência francesa e inglesa em nossas tradições a Epifania ou Bifana foi substituída pelo Papai Noel, a quem muitos estudiosos atribuem uma origem pagã e outros, para disfarçar o sentido comercial da sua presença no dia de Natal, confundem com São Nicolau.

Hoje, o Santos Reis já não são lembrados. O presépio praticamente não existe e só neles é que podemos ver os Magos de Oriente apresentados. A árvore de Natal, pinheiro que os druidas e os feutos enfeitavam para agradar o terrível deus do inverno Hell, substituíria a representação do nascimento de Jesus, introduzida no costume dos povos por São Francisco de Assis. A festa da Epifania, dia de guarda no calendário litúrgico, já não mais é respeitada e com ela desaparecerem outras tradições da nossa gente, trazidas da Peninsula Ibérica pelos nossos antepassados, como a folia de Reis, Reizados e tantos outros autos folclóricos, cultuados em poucas regiões do país.

Gimenez, Armando

Segundo a tradição cristã os Reis Magos eram Gaspar, Melchior (ou Belchior) e Baltazar, e os presentes simbolizam, respectivamente, a realeza, a divindade e a paixão de Cristo.

Não se sabe sua origem, mas reza a lenda que um dos Reis era negro africano, o outro branco europeu e o terceiro moreno (assírio ou persa), representando a humanidade conhecida da época.

Em muitos países, a troca de presentes é feita neste dia, e não no Natal.

No Brasil, o rico folclore mantém viva a tradição. Por todo o litoral e o interior brasileiro, com todas as suas variantes regionais, se comemora o dia 6 de janeiro em festas como o Terno de Reis, Folia de Reis ou Santos Reis.

Fonte e imagem extraídos do site:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/dia-de-reis/dia-de-reis-1.php
e Fonte: www2.portoalegre.rs.gov.br